Escola Italiana de Contabilidade
Com o surgimento do Método de Partidas Dobradas no século XIII ou XIV, e sua divulgação através da obra “La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá” de autoria do Frei Luca Pacioli, publicada em Veneza em 10/11/1494 (1ª edição), a escola italiana ganhou um grande impulso, espalhando-se por toda a Europa.
Várias correntes de pensamento contábil se desenvolveram dentro da escola italiana, sendo as mais relevantes: o contismo, o personalismo, o neocontismo, o controlismo, o aziendalismo e o patrimonialismo.
2.1 Escola Contista
Constituiu-se na primeira corrente de pensamento contábil (1494). Seu surgimento está relacionado aos estudos feitos pelos primeiros expositores do Método de Partidas Dobradas. Os defensores dessa corrente, adotaram como idéia básica o mecanismo das contas, centrando sua preocupação no seu funcionamento, esquecendo-se que a conta é apenas conseqüência das operações que acontecem numa entidade, e que essas operações devem merecer a máxima atenção da contabilidade.
Para os criadores da escola contista, a preocupação central da contabilidade era com o processo de escrituração e com as técnicas de registro através das contas.
O objetivo das contas era sempre o de registrar uma dívida a receber ou a pagar, coincidindo com a origem do crédito nas relações comerciais.
Com o início do regime sócio-econômico, onde os meios de produção passaram a pertencer a qualquer pessoa que possuísse capital, as relações de crédito entre compradores e vendedores experimentaram um grande crescimento, fazendo com que as contas contábeis se constituíssem num dos mais hábeis instrumentos para o registro destas relações.
A escola contista teve um grande impulso com os trabalhos de pesquisadores franceses, entre os quais Degranges que em 1795 divulgou a chamada teoria das cinco contas, baseada em estudo realizado em 1675 por Jacques Savary sobre a teoria geral das contas.
Para Degranges, o comércio tinha cinco (5) objetivos principais que permanentemente lhe serviam de meio de troca, sendo este fato a base de sua teoria. As cinco contas a que fazia referência eram: (1) Mercadorias, (2) Dinheiro, (3) Contas a Receber, (4) Contas a Pagar e (5) Lucros e Perdas.
Na concepção do autor, deveria ser aberta uma conta para a pessoa com quem o comerciante mantinha transações a prazo e, ao mesmo tempo, abrir cinco para si mesmo, isto é, uma para mercadorias, uma para o caixa, uma para as contas a receber, uma para as contas a pagar e uma para o resultado. “Essas contas, na realidade, representavam o comerciante. Para ele, o lançamento a débito ou a crédito em uma dessas contas representava debitar ou creditar o próprio comerciante” (Schmidt, 2000, p.30). Esta teoria não teve boa aceitação, não se tornando universal.
Este esquema de cinco contas, deu lugar ao surgimento de um Livro Diário/Razão de 6 colunas, no qual constavam ainda colunas para a data, detalhes, total, etc.
Em 1796, Jones apresentou o modelo inglês de registro baseado em dois livros principais: o diário e o razão e dois livros auxiliares: caixa e armazém (existências). Este autor teve o mérito de ser o primeiro a admitir a necessidade de realizar-se um controle numérico entre os livros principais, somando-se separadamente o diário e o razão para verificar a igualdade de ambas somas.
A preocupação com a fidelidade das informações contidas no diário e no razão, revelou a necessidade de uma maior sistematização do processo de registro das operações, com a conseqüente melhoria na qualidade do produto deste processo.
Mais tarde, com o surgimento das sociedades com mais de um capitalista, criou-se a conta capital, considerada pelos contistas como uma dívida da empresa para com o capitalista.
Os principais personagens do contismo foram: Fibonacci, Pegolotti, Pietra, Flori, Degranges, sendo que os mais destacados foram Cotrugli e Frei Luca Pacioli.
Frei Luca Pacioli
Publicou em Veneza (1ª edição em 10/11/1494), “La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá. Foi considerado um grande matemático do XV e ficou universalmente conhecido por ter incluído na Summa o Tratado XI, do título IX denominado “De computis et scripturis” (páginas 197 a 210), no qual consta o método de registro contábil de “Partidas Dobradas”, conhecido na época como método de Veneza.
Já em 1458 Benedetto Cotrugli (comerciante) concluia um manuscrito de 160 páginas que tratava das partidas dobradas, cabendo a Pacioli o mérito de haver escrito o primeiro livro de contabilidade.
Justificou a inclusão deste tratado na Summa por entender que os mercadores deveriam saber registrar corretamente suas contas e determinar o resultado do negócio. Acreditava que o comerciante deveria conhecer os registros contábeis e ter, a qualquer momento, a noção exata das transações efetuadas.
Na verdade Pacioli foi o primeiro grande divulgador deste método por coincidir a época de sua obra com a introdução da imprensa na Itália.
A publicação do trabalho se deu em Veneza pois nessa cidade, na época, instalaram-se as principais tipografias e representava o centro do comércio mundial.
No capítulo 1 do tratado XI Pacioli apresenta os três requisitos para que alguém possa ter um negócio: dinheiro ou propriedades, habilidades em cálculos mercantis e conhecimento de contabilidade. No final do capítulo faz referência ao Inventário, abrangendo a classificação, avaliação e registro de propriedades e a forma como deve ser arquivado e que esquema deve ser utilizado para o lançamento contábil.
No capitulo 2 define e descreve o Inventário. No capítulo 3 apresenta um exemplo prático e no capítulo 4 algumas explicações sobre como registrar itens do inventário.
O capítulo 5 é dedicado a forma de organizar os lançamentos contábeis. Explica os livros que deveriam ser usados, fazendo referência ao memoriale (livro em que as operações deveriam ser registradas à medida que iam ocorrendo, giornale (livro diário) e quaderno (livro razão). No capitulo 6 dá explicações sobre o memoriale Os demais livros são tratados nos capítulos seguintes, bem como detalhes de registros contábeis, forma de demonstrar as contas e como corrigir os erros cometidos nos registros.
Pacioli não propôs uma seqüência de lançamentos contábeis e sim exemplos isolados para ressaltar que os lançamentos deveriam ser feitos em dobro, ou seja, a débito e a crédito (Schmidt, 2000, p. 35-47).
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Escolas de Contabilidade - Italiana
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Dá pra você explicar sobre o processo contábil e sua evolução??
ResponderExcluirGostaria de saber mais sobre o Benedeto Cotrugli, è urgente. Obrigada.
ResponderExcluiresta de parabens quem criou esse site , para ajudar os demais entender sobre a teoria e podendo ajudar a fazer alguns tipos de trabalho
ResponderExcluirEu gostaria que você expliacasse qual foi a influencia que a escola italiana deu pra escola brasileira de contabilidade.
ResponderExcluirMuito bm.
ResponderExcluirgostei!
ResponderExcluirSamu?
ResponderExcluir.
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- Seu Cú
Muito bom ��
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