sexta-feira, 11 de setembro de 2009

GESTÃO

Até este ponto vimos considerando o patrimônio num determinado momento de seu processo evolutivo. Na verdade, patrimônio estático não existe. Herrmann Junior, já afirmava que "a situação patrimonial, revelada pelo balanço, no fim de cada exercício, corresponde a um instantâneo apanhado das operações em marcha."

As empresas iniciam-se com uma dotação em dinheiro que é aplicada em meios econômicos e serviços para serem, posteriormente, reconvertidos em dinheiro que voltará a ser aplicado e assim sucessivamente, até o término de sua existência; quando seu capital será reduzido à sua expressão inicial, que é o dinheiro. A diferença entre o que a empresa possuía no início de suas atividades e o que ela apurou no final de sua existência vai indicar o resultado de suas atividades, o resultado de sua gestão.
A gestão é o conjunto de operações que visam diretamente alcançar os objetivos que a empresa se propôs. A gestão desenvolve-se através das ações dos órgãos da empresa; ações voltadas à obtenção dos fins colimados pela empresa e que, geralmente se resumem na obtenção de lucros.
Não obstante ser única a gestão, iremos apreciá-la sob dois aspectos ou momentos distintos: o econômico e o financeiro. Daí falar-se em gestão econômica e gestão financeira.
A gestão financeira desenvolve-se em entradas e saídas de dinheiro (monetárias) e tende a assegurar o equilíbrio financeiro indispensável a qualquer empresa. A gestão econômica relaciona-se com a formação dos réditos (resultados), sua distribuição ou aplicação.
Entre as entradas e saídas de numerário - fenômenos financeiros - e os ingressos e custos - fenômenos econômicos - existem correlações que se manifestam de forma direta e imediata. Não é pois possível traçar uma linha separando a gestão financeira da gestão econômica.
Os fenômenos econômicos próprios de cada empresa processam-se de forma ininterrupta na busca da formação do resultado por ela visado. A formação das receitas e das despesas é um fenômeno contínuo, sem interrupção. A gestão não se interrompe por ocasião do encerramento do balanço.


É evidente que uma empresa não pode aguardar até o encerramento de suas atividades para apurar o resultado verificado nas suas transações. Em conseqüência, adotou-se, por imperiosa necessidade dos proprietários da empresa, que necessitam analisar periodicamente as atividades de sua gestão, e por imposição legal, para que os agentes do governo possam apurar o montante dos tributos devidos, a divisão da vida da empresa (gestão) em unidades de tempo de igual duração chamados de "exercício financeiro"
A unidade de tempo em que se divide a existência - a gestão - das empresas para apuração parcelada dos resultados denomina-se, pois, "exercício financeiro". A escolha da unidade de tempo a ser adotada como exercício financeiro deveria decorrer de critério totalmente convencional e de exclusivo interesse da empresa. Hoje, no Brasil, por imposição de norma legal, o exercício financeiro coincide com o ano-calendário para as empresas de pequeno e médio porte; já as empresas de maior porte (as que recolhem o imposto de renda pelo lucro real), estão obrigadas a encerrar mensalmente seus balanços o que implica em dizer que o exercício financeiro fiscal para estas empresas equivale a um mês.
A divisão da gestão em exercícios financeiros, para os efeitos de apuração periódica dos resultados, trouxe, por via de conseqüência, o surgimento de vários problemas que a contabilidade teve de enfrentar e resolver, especialmente em relação aos fatos ainda em processo de formação por ocasião do término do exercício financeiro.
Um dos problemas enfrentados consiste em decidir-se se as receitas e as despesas em formação devem ser imputadas ao exercício em que são formadas ou ao exercício em que sejam pagas ou recebidas, respectivamente.

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